A ciência é unânime ao afirmar: foi a vacinação que fez os casos graves e mortes por Covid recuarem em todo o mundo. Com o passar das doses, porém, a adesão caiu. No Ceará, menos de 20% da população garantiu o reforço com a bivalente – cenário preocupante diante do recente aumento de casos.
Na última semana, cerca de 800 testes RT-PCR (o popular “swab” nasal) chegaram para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen). Do total, 156 deram positivo, confirmando a infecção pelo coronavírus.
Em proporção, uma a cada 5 pessoas que buscam unidades de saúde para fazer o teste de Covid são diagnosticadas com a doença. A informação foi dada por Antonio Lima (Tanta), secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, em entrevista ao Diário do Nordeste e à Verdinha, nessa terça-feira (28).
De acordo com o epidemiologista, a taxa de positividade é considerada elevada, mas ele justifica que “como o número de testes é menor, a positividade tende a ser maior, mesmo, porque só procura o exame quem realmente precisa”.
O Ceará confirmou o aumento de casos de Covid nas semanas entre 5 e 18 de novembro, quando foram confirmados 226 casos (cerca de 100 a mais do que nas duas anteriores), conforme divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) na terça-feira (21).
SUBVARIANTE 'ENGANA' ANTICORPOS
O crescimento do número de casos de Covid, inclusive entre pessoas com esquema completo de vacinação, está associado à subvariante Eris, que já teve circulação identificada em Fortaleza, segundo Tanta.
Ele explica que, como toda derivação, “ela tem um escape, consegue enganar temporariamente o sistema imunológico e infectar o paciente, mesmo que esteja vacinado”. A diferença, porém, é que o quadro da Covid é geralmente mais leve, já que “o sistema de defesa logo reconhece o vírus e bloqueia”.
A sublinhagem, derivada da Ômicron, já circula há mais de um mês em estados como Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, e recentemente chegou ao território cearense.
Neste momento, como em todo cenário que apresente aumento de casos de uma doença respiratória, o uso de máscara de proteção é recomendado, como frisa Tanta. “Não é obrigatória, mas continua sendo uma grande estratégia de prevenção e controle, principalmente nos grupos de risco”, finaliza o epidemiologista.