O candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio, de 59 anos, foi morto a tiros após realizar um comício em Quito, nesta quarta-feira (9). O atentado deixou outras nove pessoas feridas. Um dos três suspeitos do crime morreu em confronto com a polícia.
O político teve a morte confirmada por fontes locais, incluindo o ministro do Interior, Juan Zapata, amigos e familiares da vítima. Villavicencio foi baleado três vezes na cabeça.
O médico Carlos Figueroa, amigo do candidato e que estava com ele no momento do ataque, relatou à imprensa que houve cerca de 30 disparos durante o atentado.
Villavicencio era um dos oito candidatos no primeiro turno das eleições presidenciais que ocorrerão antecipadamente em 20 de agosto no Equador. Ele estava em 5º lugar nas pesquisas locais da cidade.
Há uma semana, o candidato denunciou ameaças contra ele e sua equipe de campanha, supostamente vindas do líder de uma gangue criminosa ligada ao narcotráfico, que está detido.
O presidente Guilhermo Lasso lamentou a morte e ligou o atentado ao 'crime organizado'. "Minha solidariedade e condolências à sua esposa e filhas. [...] O crime organizado foi longe demais, mas receberá todo o peso da lei", escreveu na rede social X, antigo Twitter.
QUEM ERA FERNANDO VILLAVICENCIO
Fernando Villavicencio era jornalista e ex-membro da Assembleia Nacional, que foi dissolvida em maio por Lasso.
O político apoiava as causas sociais indígenas e dos trabalhadores. Como jornalista, Villavicencio foi responsável por reportagens de casos de corrupção no governo.
Após denúncias contra o então presidente Rafael Correa, em 2014, Villavicencio foi condenado a 18 meses de prisão e recebeu asilo político no Peru.
Quando era presidente da comissão legislativa de Fiscalização, ele continuou denunciando casos de corrupção, assim como vinha fazendo quando era jornalista.
Fernando aparecia em segundo lugar na intenção de voto com 13,2%, atrás da advogada Luisa González (26,6%), a única mulher na disputa e afiliada ao ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), de acordo com a mais recente pesquisa da Cedatos.